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Direitos Humanos?

Dia triste, sem sol, frio, sem respeito e sem amor... Amor ao próximo principalmente.
Bom, este virou artigo de luxo e apenas poucos o praticam. Ficou fora de moda falar em amor, coisas do passado quando se ouvia que os menos favorecidos mereciam o nosso respeito. Respeito... Outra palavrinha démodé...
Mas o que mais me choca, é ver na TV, horários nobres infestados pela “Palavra” de certas “igrejas” que se denominam Evangélicas. Pregam palavras de efeito, pedem dinheiro para dar a um deus em troca de milagres, vendem martelos para quebrar dívidas, toalhas para apagar saldo devedor em contas bancárias, óleos milagrosos para curar todas as doenças, enfim uma verdadeira poluição de abusos aos nossos sentidos.
Hoje vi uma cena que me fez pensar no sentido real de Direitos Humanos e até me pergunto se existem dois tipos de tais direitos: um para assassinos, estupradores, assaltantes de banco e seqüestradores e outro para gente.
Gente que sofre todo tipo de humilhações praticadas inclusive por “Pastores da Igreja Mundial”.
Como disse acima, o dia hoje amanheceu triste e eu, em busca de um pouco de paz fui até a janela a olhar o nada e acabei vendo o tudo.
Um homem pobre, sem sapatos, roupa esfarrapada, corpo molhado de chuva, entrou na igreja, talvez em busca de se proteger ou até buscar algum alento para sua vida sofrida.
Em segundos, debaixo de xingamentos e pontapés, veio cair cá fora, no meio fio da calçada, batendo com a cabeça no chão. Tonto pelos chutes e pela pancada na cabeça tentou se levantar o que foi impedido por três pastores que sem a menor consciência continuavam a agredi-lo.
Foi quando meu marido, aos berros exigiu que parassem com a covardia, ameaçando chamar a policia.
Pararam assustados quando perceberam que víamos a cena e tentaram justificar o injustificável.
Foi quando o homem se levantou, olhou cá pra cima e disse com voz embargada:
“Liga não senhor doutor, já estou acostumado, sempre que venho buscar a palavra de Deus eles me batem e me chutam pra fora...”
Dizer mais o que?
Direitos Humanos?
E eu que sempre soube que segundo a Declaração Universal de Direitos Humanos todo cidadão tem o sagrado direito de ir e vir.
Sempre soube (porque está na Constituição) que toda pessoa tem o direito à liberdade, independente de opinião política, raça, credo, condição social, cor ou qualquer outra condição.
Toda pessoa tem o direito à vida e a segurança...

Pois eu, considerando que o reconhecimento da dignidade humana e de seus direitos é a liberdade, e considerando que os homens gozem de liberdade da Palavra, fazendo uso dos direitos que a Lei me confere, assino este texto e repasso
Augusta Schimidt

(com cópia para Jornal Correio Popular, Senador Eduardo Suplicy, Gilberto Dimenstein,)
Campinas/29/4/2012