Dia do professor


Em tempos de eleição, onde tudo vira lindo, onde o mal vira ficção, onde quem não é favor perde a razão, aproveito para externar a minha estupefação diante de fatos reais e promessas falsas.


São Paulo... Educação... Educação?
Augusta Schimidt

“O futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando.
O caminho para ele não é encontrado, mas construído e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quanto o destino”.
(João Scaar)

No dia 15 de outubro é comemorado o dia do professor, pois neste  dia do ano de 1827, foi criado um Decreto sobre Ensino Elementar no Brasil. 
Este decreto dizia que todas as cidades deveriam ter suas escolas, deveriam ter seu ensino descentralizado e as principais matérias.
A primeira comemoração do dia dos professores foi em São Paulo...
Já houve o tempo de glória dos professores, tempo este que ser professor era aguardar o renovar de cada ano, era entender que  por trás da mão que segura o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa e essa criança que pensa quando respeitada e valorizada adquire autonomia e confiança aprendendo a desenvolver o sentimento de autovalorização estando assim pronta para enfrentar as dificuldades.
Sempre que pensamos num mundo melhor, acreditamos que vamos colher os frutos cujas sementes plantamos ao longo da vida.
Mas este tempo é Passado...
Hoje mais uma vez neste mesmo São Paulo que comemorou pela primeira vez o dia do professor, o elitismo e o desconstrutivismo anárquico falam mais alto neste Estado carente de esperança.
Construir seria possível... Respeitar seria dever...
Mas infelizmente onde impera a mentira, “Construção e Respeito” são palavras sem sentido.
Gostaria de perguntar aos “poderosos”, à mídia escrita, falada e privada, ao Sr. Alckmin e ao Sr. Serra,  onde foi que viram que a Educação de São Paulo vai muito bem obrigado?
Seria cômico se não fosse trágico... Tudo piora a cada dia.
A situação que ora se apresenta nos mostra que a ambição política vai além do querer mudar. Na grande disputa vale tudo, vale enganar o povo, vale ser hipócrita, vale jogar com as emoções, vale discriminar. Mas e a educação, a saúde, a segurança, onde estão? Será que temos dois Estados chamado São Paulo? Um nós conhecemos, é este que já foi a locomotiva que puxava o Brasil. Sim, já foi, porque hoje o que resta dele é o triste retrato da desolação...
O outro só existe na cabeça de quem criou este Estado utópico, este xangrilá paradisíaco, aonde tudo vai muito bem.
Deve ser neste Estado novo e desconhecido, onde não se admite o enfrentamento de idéias e de interpretação, não se admite o pobre que pensa e onde há sim um grande abuso de liberdade, de ocultação de fatos, de distorção e de mentiras que estão os postos de trabalho destinados aos professores coordenadores, os computadores de ultima geração, as bibliotecas equipadas, os laboratórios de informática e  os dois professores para cada sala de aula. Também os boletins, as salas de reforço, os funcionários de pátio para assegurar a integridade das crianças. Também deve ser nesse Estado que as escolas ocupam as salas de aula com 25 alunos, facilitando a vida do professor e garantindo um alto nível de aprendizagem.
No meu Estado de São Paulo, o único e verdadeiro, a realidade é bem diferente dessa que o governador apresenta. Há sim as promessas não cumpridas, o desrespeito com os professores, as salas de aula com mais de 40 alunos empilhados, sem um mínimo de respeito com sua integridade e seu direito de aprender.
No meu Estado verdadeiro, um professor está longe de ganhar um salário de R$ 3 230, 00, mas recebe um ticket alimentação de R$ 4,00 desde o governo Covas. Ah, mas isso não tem importância, pois professor não precisa comer... Aliás, os tickets alimentação somente são pagos pelos dias trabalhados, sábado e domingo o professor faz jejum e se adoece e não pode trabalhar não precisa se alimentar. Portanto o máximo que um professor estadual consegue no final de um mês são os míseros R$ 80,00 e olhe lá, pois se houver um feriado na semana nem isso ele recebe.
No meu Estado tem o Saresp. Mas que Saresp?
Aquele que é a fraude descarada, manipulada, fraude escancarada para beneficiar a vaidade dos senhores des-governadores.
A Educação do meu Estado de São Paulo está estagnada há mais de 15 anos. Está ao acaso, um caos total...
É incrível senhores candidatos, como vocês têm soluções imediatas para os problemas que nos cercam.
 Soluções estas que moram no papel e são expostas em forma da mais vil mentira para enganar os eleitores. A Secretaria da Educação teve o desplante de emitir uma nota onde afirma que: “A política educacional do Estado tem na valorização e no respeito aos professores o seu principal pressuposto, com a reorganização da carreira, a oferta de melhores condições de trabalho e incentivos para o aprimoramento profissional e a obtenção de melhores resultados”...
É lamentável...